domingo, 29 de janeiro de 2012

Música - Pano de Fundo da Sociedade

Do ponto de vista social, e pensando na evolução do Homem desde o tempo da pré-história, a música esteve sempre presente, com uma função mais ou menos utilitária, mais ou menos estética, mais ou menos prazerosa… o facto é que esteve sempre lá, acompanhando os tempos, as épocas, as mudanças sociais e económicas, adaptando-se à grande variedade geográfica e cultural, assumindo-se como um traço essencial para caracterizar a nossa sociedade.

Desde a pré-história até à contemporaneidade, os exemplos sucedem-se. Para o “homem das cavernas” o uso de instrumentos que produziam som tinha a grande vantagem de transmitir sinais que funcionavam como informações de caça, aviso de perigo, comunicação entre membros da mesma tribo, etc. Com a passagem do nomadismo para o sedentarismo, e consequente complexificação da estrutura social, criam-se as condições para a existência de momentos de convívio e facilmente nos vêm à memória a ideia dos “bobos da corte”, mas também dos menestréis (cantores, músicos e malabaristas que andavam de terra em terra juntamente com os saltimbancos) ou dos trovadores (nobres que compunham música e poesia tendo como tema preferido, para as suas composições, o amor). Cantigas de amigo, de amor, de escárnio e maldizer, muitas delas com a função de denunciar o que na sociedade ia acontecendo e outras, claro, com a missão intemporal que a música consegue ter de transmitir emoções, sentimentos, afectos. Poder-se-ia também pensar na importância da música sacra que vai ganhando cada vez maior relevância com o aparecimento das ordens religiosas, nomeadamente com as conventuais. Continuando o percurso histórico, com o Renascimento há um desenvolvimento de técnicas e estilos, surgindo a música polifónica que confere à música uma nova dimensão artística, em que a vida era exaltada e o profano começava a tomar lugar.

E assim se vai chegando à época moderna, com as suas várias matizes e especificidades. O aparecimento recente dos “Homens da Luta” faz voltar à ideia de muitos a música de intervenção que está inevitavelmente associada à Revolução dos Cravos em Portugal, com nomes bem conhecidos da geração dessa altura como Zeca Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho. Actualmente, é muito fácil identificar na sociedade grupos específicos através da música que ouvem ou produzem: heavy metal, góticos, rappers, etc. Por outro lado, mantém-se a riqueza intercultural, num desfiar imenso de exemplos, desde a música africana à música céltica, passando pela América Latina, ou pela Índia, não esquecendo as músicas ou ritmos tribais e étnicos, tendo cada uma destas expressões a si associadas diferentes sons e vários instrumentos.

Tiago Sampaio, 57260
3º ano, Música

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