sábado, 25 de fevereiro de 2012

Há coisas simples?






A menina experimenta o aroma de uma simples flor que todos estamos habituados a ver no nosso quotidiano. Esta bonita flor é azul devido à basilidade dos solos onde cresceu, pois se estivesse num solo ácido seria vermelha. E sabiam que as células da flor são bastante idênticas às da menina? Nos dois casos são do tipo eucarioticas. Então, a que se devem tantas diferenças? Estamos assim remontados à “Alegoria da Caverna” onde as pessoas pensavam que o mundo já não lhes trazia nada de novo, só porque não questionavam nada de novo… Tal como nós, o conhecimento das coisas fica simplesmente por conhecer a forma, a cor, o aroma e se é combustível ou não, o que corresponde a um conhecimento inferior a 1% do objecto.
Nesta imagem o que nos parece um simples gesto da menina levar uma flor ao nariz para experimentar o seu aroma, basta refletirmos um pouco para verificarmos que é um processo bastante complexo.
A decisão é tomada no lobo frontal do cérebro, parte cerebral que pensa, passa do neurónio sensitivo, que mais tarde é integrado no interneuronio que prepara a mensagem, saindo mais tarde pelos neurónios motores. A membrana celular é selectiva, devido à energia transformada nas mitocôndrias, e portanto gera a entrada e saída de iões que produz o potencial eléctrico através da passagem dos iões pelas proteínas intrínsecas da bi camada lipídica de fosfolipidos. O potencial eléctrico pode ser potencial de repouso ou potencial de acção. No potencial de repouso há saída de 3 iões Na+ e a entrada de 2 iões K+, existindo um valor negativo relativamente ao exterior. Contudo, para haver a transmissão da mensagem nervosa tem que ocorrer o potencial de acção. Neste, a bomba de Na+ abre-se, passando estes iões a entrar no neurónio. O meio torna-se hipertónico em relação ao exterior. Tem assim que ocorrer a repolarização e, portanto, a bomba K+ abre-se e os iões de potássio e sódio saem. É necessário que seja reestabelecido outra vez o potencial de repouso. A mensagem passou através do exónio e encontra-se no estado eléctrico. Agora para passar para o neurónio seguinte a mensagem passa para as sinapses. O neurónio pré-sináptico contém neurotransmissores com toda a informação no estado químico. Estas são lançadas nas sinapses e ligam-se aos receptores do neurónio pós-sináptico, passando novamente ao estado eléctrico. Por isso, podemos realizar este impulso eléctro-químico de elevar as flores até ao nariz e experimentar o seu aroma.
Uma imagem que nos parecia ser muito simples poderá ser complexa, consoante o grau de pormenores em que reparamos.




                                                                                                                                       Hélder Magalhães