quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Isso não é Jazz!


A natureza da improvisação é contraposta à composição da música clássica.
A questão de saber se o jazz pode ainda permanecer num registo "contestatário" da música tradicional, quando é cada vez mais formalmente ensinado nas escolas e universidades, é levantada juntamente com a questão de saber se o jazz deve hoje estar preocupado com a preservação da sua herança ou com uma nova forma de exploração musical.
O jazz pode ser analisado como qualquer música, embora os processos para o fazer possam diferir daqueles utilizados em alguns outros tipos de música.
"Isso não é jazz" tem sido uma das questões mais frequentes nas discussões acerca de jazz.
Desde os seus primórdios, o jazz tem atraído controvérsia por causa da sua relação não apenas com outras músicas mas com outros aspectos da cultura moderna.
A questão de saber se algo é jazz ou não implica já por si a dificuldade em definir este género musical tão particular, no pressuposto de que se tivéssemos a definição correta poderíamos identificar o que é jazz e o que não é.
O primeiro problema aqui é que está longe de ser claro onde a palavra "jazz" surgiu pela primeira vez, ou o que a mesma realmente quer dizer.
Além disso, as maneiras de definir o que constitui jazz acabam por não ajudar muito.
É jazz, por exemplo, música improvisada? Com efeito o jazz pode ser improvisado, mas numerosas performances no âmbito do jazz envolvem pouca improvisação, e a improvisação ocorre em muitos outros tipos de música.
É o jazz caracterizado por sua ampla utilização de síncope? Formas antigas de jazz o faziam, mas o jazz moderno é pouco sincopado.
O jazz é muitas vezes "swing", mas muitas actuações não o são, porque o ritmo é lento demais ou porque esse não é o objectivo da actuação.
Desde então, o jazz tornou-se mais internacional, por exemplo através da incorporação de estilos latino-americanos, como a Bossa Nova, e por isso agora é difícil de localizar onde estão os desenvolvimentos mais importantes.  
A tensão entre competência musical e o desejo de expressão individual é vital para a compreensão do jazz. Durante o renascimento do jazz tradicional na Grã-Bretanha na década de 1950, alguns executantes orgulhavam-se da sua indiferença para com a habilidade técnica refinada, considerando-a como um obstáculo à expressão "autêntica" que ouviram dos mais velhos músicos de jazz de Nova Orleães. O jazz era visto aqui como sendo uma manifestação crítica de uma cultura musical comercializada, mantendo as suas raízes “folk”, ao invés de ser corrompido pela sofisticação urbanaO perigo desta postura é o mito de que um estado autêntico e puro da música tem sido manchado por desenvolvimentos posteriores.
Como os recursos para registar jazz se tornam cada vez mais disponíveis, o jazz tornou-se mais sujeito a um tratamento académico. Isso muitas vezes leva a que os métodos de ensino do jazz se tornem mais parecidos com os métodos empregues no ensino de música clássica. A consequência é uma melhoria generalizada geral em competência técnica: existem muitos músicos agora capazes de tocar num nível antes só atingível por algumas estrelas
O jazz tanto rejeita como assimila outros tipos de música. O jazz faz exigências diferentes daquelas encontradas no estudo de outros tipos de música, baseando-se fortemente em técnicas como a transcrição de gravações de performances.
A história social e política do jazz é inseparável de qualquer avaliação da evolução da música.
O jazz pode ser visto como uma forma crítica de música que desafia as normas sociais,​ mas também pode ser muito bem-sucedido comercialmente.
Os estudos de jazz começaram a tornar-se numa disciplina académica nos últimos anos.


Leonardo Marques - A54192
Licenciatura em Música, 3º Ano (Universidade do Minho)

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