Romeu e Julieta
Neste trabalho procuro mostrar a ligação entre a obra
literária de William Shakespeare e as obras de arte que se lhe seguiram, tendo
como base esta tragédia, intitulada de “ Romeu e Julieta”.
“Romeu e Julieta” é uma tragédia literária do famoso
escritor William Shakespeare, que foi escrita nos primórdios da sua carreira
literária em 1591. Retrata a vida de dois adolescentes loucamente apaixonados,
cuja morte acaba por unir suas famílias, outrora em pé de guerra. Este romance
trágico pertence a uma tradição de romances da antiguidade. Seu enredo
baseia-se num conto italiano que foi traduzido em versos por Arthur Brooke
(poeta inglês) em 1562, e retomado em prosa por William Painter (autor inglês)
em 1582. Esta obra é tão especial e reconhecida mundialmente devido á
habilidade dramática e maturidade artística de Shakespeare, que utilizou nesta
obra efeitos como a comutação entre comédia e tragédia, ênfase nas personagens
mais secundárias e a utilização se sub-enredos para embelezar a história. De
todas as obras de Shakespeare, a peça dos dois amantes é um dos seus trabalhos
que mais foram ilustrados. É uma das obras literárias mais utilizadas, sendo
adaptada nos campos do cinema, da música e literatura.
Sinopse
Com a ajuda de Frei Lourenço - esperançoso da reconciliação das famílias através da união dos dois jovens - eles conseguem se casar secretamente no dia seguinte. Um dos primos de Julieta, Teobaldo, sentindo-se ofendido pelo facto de Romeu ter fugido da festa, desafia-o para um duelo. Romeu, que agora considera-o seu companheiro, recusa lutar com ele. Seu amigo Mercúrio sente-se incentivado a aceitar o duelo em nome de Romeu por conta de sua "calma submissão, vil e insultuosa". Durante o duelo, Mercúcio é fatalmente ferido e Romeu, irritado com a morte do amigo, prossegue o confronto e mata Teobaldo. O Príncipe decide exilar Romeu de Verona por conta do assassinato salientando que, se ele retornar, terá sua última hora. Capuleto, interpretando erroneamente a dor de Julieta, concorda em casá-la imediatamente com o Conde Paris (a quem tinha feito a promessa de casamento) e ameaça deserdá-la quando ela recusa-se a tornar-se a "alegre noiva" de Páris. Quando ela pede, em seguida, o adiantamento do casamento, a mãe rejeita-lhe. Quando escurece, Romeu, secretamente, passa toda a noite no quarto de Julieta, onde eles consumam seu casamento.
A mensagem, contudo, termina sendo extraviada e Romeu pensa que Julieta realmente está morta quando o criado Baltasar lhe conta o ocorrido. Amargamente, o protagonista compra um veneno fatal de um boticário que encontra no meio do caminho e dirige-se para a cripta dos Capuletos. Por lá, ele defronta-se com a figura de Páris. Acreditando que Romeu fosse um vândalo, Páris confronta-se contra o desconhecido e, na batalha, o segundo dos dois assassina o outro. Ainda acreditando que sua amada está morta, ele bebe a poção. Julieta acaba acordando e, descobrindo a morte de Romeu, suicida-se com o punhal dele, vendo que a poção do moço não possuía mais nenhuma gota. As duas famílias e o Príncipe se encontram na tumba descobrem os três mortos. Frei Lourenço reconta a história do amor impossível dos jovens para as duas famílias que agora se reconciliam pela morte dos seus filhos. A peça termina com a elegia do Príncipe para os amantes: "Jamais história alguma houve mais dolorosa / Do que a de Julieta e a do seu Romeu."
Séculos mais tarde, vários compositores escreveram obras
musicais sobre esta tragédia. Pyotr llyich Tchaikovsky, compôs uma obra
orquestral sobre este romance trágico, em 1869, tornando-a numa das obras mais
conceituadas de toda a História da Música. É um poema sinfónico que contém uma
melodia conhecida como “tema de amor”, a qual foi bastante utilizada, exemplo o
filme de Nino Rota sobre esta obra literária, e pela cantora Des’ree’s na
música “Kissing you”. Outros compositores escreveram também obras musicais com
base nesta peça, é o caso de Prokofiev com o seu ballet “ Romeu e Julieta”
(1940), a “sinfonia dramática” de Berlioz “ Roméo et Juliette” (1839), existem cerca
de 24 óperas, sendo a mais conhecida a de Gonoud “ Roméo et Juliette” (1887) e
até na musica contemporânea não erudita esta peça já é utilizada nos estilos
musicais como o jazz, musica popular…
A célebre peça de Shakespeare também influenciou escritores
por toda a parte do mundo, posteriores a si. Nas palavras de Harold Bloom
(professor e crítico literário) Shakespeare “ inventou a fórmula pelo qual o
elemento sexual ficou associado com o elemento erótico quando atravessa as
sombras da morte."
Esta obra serviu como base a obras muito distintas, algumas até paródias sobre
esta mesma. Henry Porter, com “ As Duas Furiosas Mulheres de Abingdon” (1598),
e Thomas Dekker, com “Master Constable”, parodiaram a obra original de
Shakespeare na mesma época em que este a escreveu. Mais posteriormente,
escreveram autores como Charles Dickens, com o romance “Nicholas Nickleby” e o
Visconde de Taunay, também com um romance intitulado de “Inocência”( facto
curioso, em que cada capítulo desta obra começa com citações de Goethe,
Rosseau, Cervantes, Ovídio, Moliére e Walter Scott). Em Portugal Camilo Castelo
Branco publicou “Amor de Perdição” em 1862. Talvez por tratar-se de uma obra
pertencente ao estilo ultra romântico português, esta obra assemelha-se com a
obra de Shakespeare na medida em que existem também duas famílias com
desavenças, em que os protagonistas amam-se loucamente e acaba também com um
fim trágico. O romance do Visconde Taunay foi publicado apenas dez anos mais
tarde que a obra de Camilo Castelo Branco, e assemelha-se muito com esta obra.
Cinema
É talvez a peça mais transportada para as estruturas
cinematográficas de todos os tempos. Romeu e Julieta foi pela primeira vez
gravado na era do cinema mudo por Georges Méliès, embora seu vídeo esteja
perdido hoje em dia. A primeira versão cinematográfica da peça no cinema falado
foi em “The Hollywood Revue of 1929” .
Houve várias
produções sobre esta peça de Shakespeare, mais as mais famosas são:
- “Romeo and Juliet” de George Cukor, é uma produção de 1936, a preto e branco, vencedor
de um Óscar em 1937. Foi uma produção não muito aclamada pela crítica e pelo
público, acusavam-na de um artificialismo.
- “Romeo and Juliet” de Franco Zeffirelli, uma produção de
1968, esta produção já foi melhor vista pelo público e pela crítica, o
estudioso Stephen Orgel descreve este filme como “cheio de beleza e juventude,
com câmaras e luzes exuberantes, que contribuíram para a impressão da energia
sexual e da boa aparência da peça.”.
-“Romeu + Juliet” de Baz Lurhmann, uma produção de 1996,
atraiu para si um público mais jovem devido á sua maior obscuridade em relação
ao filme de Zeffirelli.
As versões de Franco Zeffirelli e de Baz Luhrmann foram as
versões que mais recordes de venda alcançaram. Mais recentemente, existem
filmes que são um pouco o retrato da história de amor vivida por Romeu e
Julieta, mas adaptado aos dias de hoje. É o caso do filme do brasileiro Bruno
Barreto, intitulado de “O casamento de Romeu e Julieta”. Retrata a história de
duas famílias que eram rivais, mas porque torciam por equipas de futebol
diferentes, neste caso o Palmeiras e o Corinthians. Outro filme é o filme da
Disney “ High School Musical”, onde utilizam o enredo de Romeu e Julieta, este em género de
musical.
Trabalho
realizado por:
João Tiago Cunha – A65952
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