segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jardim das delícias

Hieronymus Van Aeken Bosch

Sua obra insólita, original e brilhante retrata a vulnerabilidade do homem diante das tentações – ideia dominante na Idade Média. O pintor é apreciado por seus contemporâneos e exerce, séculos depois, influência sobre os surrealistas...

O artista flamengo pinta a sua obra-prima “O Jardim das Delícias” entre 1500 a 1510, provavelmente 1504. Em uma visão geral, a obra reflete uma Idade Média filtrada por um humor perspicaz e expõe os vícios da sociedade que rodeia o artista...

Considerado seu trabalho mais maduro, o “Jardim de Encanto” (como também é conhecido o grande retábulo central), descreve a criação da mulher, já os retábulos laterais da obra narram: “O Inferno” (à direita) e o “Jardim do Éden ou Jardim do Paraíso” (painel lateral esquerdo da obra, onde a girafa foi pintada).

Neste, também chamado de “A Criação do Paraíso”, supõe-se que os animais híbridos e as rochas compósitas visíveis no tríptico, relacionam-se com a Índia mítica descrita por Eusébio em sua carta 'Alexandre a Aristóteles', e os animais e vegetais exóticos alí figurados, como o elefante, a girafa e a árvore-dragão, têm como fonte as xilogravuras do livro que ornam a “ReiseinsHeilige Land”, de Breydenbach (1486).

A concepção pessimista de um mundo dominado pela ideia do pecado e da fragilidade da natureza humana, típica do pensamento medieval, encontrou expressão plástica na pintura de Hieronymus Van Aeken Bosch. Firmemente aparentada, pela simbologia, com a fantasia popular e a cultura da época, sua insólita obra, cáustica e imaginativa, prenunciou as grandes realizações da pintura flamenga e holandesa dos séculos XVI e XVII.

Segundo a Coleção Folha, Grandes Museus do Mundo:


À falta de informação fidedigna sobre o tema e o destinatário, a mais enigmática e sugestiva obra de Bosch suscitou, com o passar dos tempos, diversas interpretações, do esoterismo à alquimia, da tradução de paisagens literárias à presumível vinculação do pintor a seitas heréticas. A excepcional riqueza iconográfica concentra-se no painel central, que dá o título ao tríptico, mas os três painéis formam uma sequência: o ponto de partida é o Jardim do Paraíso terrestre, no painel da esquerda que mostra a criação de Eva. Porém, no mesmo momento e no mesmo lugar, adquirem vida criaturas monstruosas que compartilham com os homens a ilusória felicidade do painel central e que aparecem de novo, à direita, na demoníaca cena do Inferno. A continuidade da paisagem, através de singulares formações rochosas entre os dois primeiros painéis, uniformiza o lugar onde se desenvolvem os episódios fantásticos e sugere, dessa forma, que o desencadear da luxúria – o verdadeiro tema dominante, simbolizado pelos frutos vermelhos – é consequência direta da criação da mulher. A humanidade, surda às chamadas de Deus e irremediavelmente mergulhada no pecado, é castigada de forma horrível, segundo a lei de Talião, com refinadas e sádicas torturas provocadas com instrumentos musicais sobre um fundo de fulgurantes clarões de uma cidade em chamas.

  1. A composição da cena é obtida pela sobreposição de planos com desenvolvimento circular; o último representa quatro construções fantásticas, nas quais elementos naturais se misturam com sólidos geométricos. Bandos de pássaros voam dentro e fora dos pináculos ornamentais das formações rochosas.
  2. O pecado da luxúria é exemplificado por um par de amantes, transparente, excrescência de uma planta aquática. O tema próprio do alquimista como um antigo provérbio flamengo: “A felicidade é como um cristal que em breve se parte”. O tubo de cristal introduzido no fruto por baixo da bola é um emblema masculino, enquanto o rato que nele entra alude às falsas doutrinas que levam os crentes ao engano. 
  3. Uma invenção diabólica composta por um par de orelhas atravessadas por uma flecha e por uma grande lâmina de faca. Os significados possíveis são inúmeros: para alguns, a indiferença do homem ao dito evangélico: “Quem tiver ouvidos para ouvir ouça”; para outros, pelo contrário, é a infelicidade terrena. Sobre a lâmina está gravada a letra M, talvez a inicial do nome do fabricante ou então da palavra Mundus, emblema da universalidade do membro masculino a que a lâmina faz referência. 

Carlos V (1516-1556), o mais poderoso na Europa da sua época, gostava de conversar com Ticiano, procurando convencê-lo a mudar-se para a Espanha, e, pouco antes de morrer, no Mosteiro de Yuste, para o qual se havia retirado depois de abdicar em seu filho, Felipe II, a Coroa da Espanha, quis que fosse colocada aos pés da sua cama “A Glória”, do pintor veneziano. Felipe II (1556-1598) herdou, além das coleções, a paixão pela arte, que o levou a adquirir outras obras de Ticiano, mas também de Bosch, como o “Jardim das Delícias”.







Jardim das delícias – Bosch
Jardim das notícias
O quadro jardim das delícias na informação da Tvi.
O nome do programa de informação da TVI (JARDIM DAS NOTÍCIAS), tem a ver com o trocadilho relacionado com o nome do célebre quadro de (HIERONYMUS BOCH), um dos melhores artistas do planeta, (JARDIM DAS DELÍCIAS) …
Este mesmo quadro, serve de grafismo de fundo, ao excelente trabalho jornalístico desta estação televisiva.
No meu modesto e sincero ponto de vista, este tipo de junção, serve também para apresentação deste magnífico trabalho artístico para todos aqueles e aquelas que não tem acesso a este esplendor de arte antiga…


Aluno - PAULO SÉRGIO DIAS CAMPOS
A66911 - DIREÇÃO CORAL





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