Música
Clássica e o Cinema.
Filme
V e Ouverture 1812 de Tchaikovsky
V de Vingança, é um filme de suspense
de 2006,
dirigido por James McTeigue e produzido por Joel Silver
e pelos irmãos Wachowski, que também escreveram o roteiro.
É uma adaptação da série de quadrinhos de mesmo nome, de Alan Moore
e David
Lloyd. Situado em Londres, em uma sociedade distópica de um futuro próximo, Natalie
Portman estrela como Evey, uma garota da classe trabalhadora que deve determinar se o
seu herói se tornou a grande ameaça contra quem terá de lutar. Hugo
Weaving interpreta V, um carismático defensor da liberdade
disposto a se vingar daqueles que o desfiguraram. Stephen Rea
interpreta um detetive que inicia uma busca desesperada para capturar V antes
que ele inicie uma revolução.
O
filme foi originalmente programado para ser lançado pela Warner Bros
em 4 de novembro de 2005 (um dia antes do 400º aniversário da Noite de Guy Fawkes), mas foi adiado, e estreou
em 17 de março de 2006. As críticas foram positivas e os ganhos de bilheteria
mundial alcançaram mais de US$ 132 milhões, mas Alan Moore, depois de ter ficado
desapontado com as adaptações cinematográficas de duas de suas outras novelas
gráficas, Do Inferno e A Liga
Extraordinária, recusou-se a ver o filme e, posteriormente,
distanciou-se dele. O filme foi visto por muitos grupos políticos como uma
alegoria da opressão do governo. Libertários
usaram isso como uma afirmação conservadora
contra a intervenção governamental na vida dos cidadãos.
Anarquistas usaram esse filme para propagar a teoria política do anarquismo.
Sinopse
Após
uma guerra
civil devastar os Estados Unidos da América, o Chanceler
Adam Sutler (John
Hurt) impõe um governo autoritário sobre o Reino Unido,
através do partido conhecido como "Fogo Nórdico".
Em
Londres, uma
jovem funcionária de uma estação de TV chamada Evey Hammond (Natalie
Portman) é atacada por três integrantes da polícia secreta conhecidos como
"Os Homens-Dedo", que planejam estuprá-la. Ela é salva por V (Hugo
Weaving), um enigmático anarquista que usa uma máscara de Guy Fawkes,
um famoso conspirador inglês. V destrói um importante prédio, o Old Bailey,
atraindo a atenção do governo, que envia o problemático Inspetor da Polícia
Eric Finch (Stephen Rea) para capturá-lo.
No
dia seguinte, V invade a estação de TV onde Evey trabalha e transmite uma
mensagem para os cidadãos de Londres, convocando todos aqueles insatisfeitos
com o governo a apresentarem-se em frente ao parlamento no dia 5 de Novembro do
ano seguinte e lutar pela liberdade. Na saída, sua vida é salva por Evey e, em
agradecimento, V leva-a para sua base subterrânea, a Galeria das Sombras. Investigando a vida de Evey, Finch descobre
que os pais dela foram mortos pelos Homens-Dedo por questionarem o Fogo Nórdico
e que o irmão dela morreu durante um atentado terrorista a uma escola, onde uma
arma biológica foi liberada e matou milhares de crianças. Paralelamente, Evey
acaba sendo envolvida na morte de dois indíviduos, estes mortos por V: o
jornalista Lewis Prothero, também conhecido como "A voz de Londres" (Roger Allam), e a cientista Delia
Surridge (Sinéad Cusack). Perturbada pelos
acontecimentos, Evey oferece ajuda a V, na verdade, na tentativa
de fugir para viver com seu chefe Gordon Dietrich (Stephen Fry).
O Bispo Anthony Lilliman (John Standing) é morto por V e
Evey aproveita para fugir.
Finch
descobre que os três (Prothero, Surridge e Lilliman) trabalharam em Larkhill,
uma instituição militar onde todas as pessoas consideradas
"subversivas" (homossexuais, negros, judeus e etc.)
foram enviadas, torturadas e usadas como cobaias para desenvolver a arma
biológica que causou a morte do irmão de Evey e que foi, na verdade, ativada
por Sutler para deixar o povo em pânico e usar a retórica para convencê-los a
aceitar o Fogo Nórdico. Finch descobre que V, era uma das pessoas e tirou seu
nome da cela onde foi colocado, a de número 5 ("V", em números
romanos). Ele foi usado como cobaia em um experimento que lhe deu superforça,
grande resistência e incrível agilidade, que ele usou para destruir Larkhill e
assumir a identidade de V em busca de liberdade.
Dietrich,
chefe de Evey (com quem ela passou a conviver), é morto pelos Homens-Dedo após
fazer comentários contra Sutler em rede nacional. Evey é capturada e torturada
por meses pelo governo para revelar a localização de V, mas se recusa e, por
fim, descobre que foi capturada pelo próprio V, que fez o que fez para ajudar
Evey a se libertar do medo causado pela morte de sua família.
Ela,
a princípio, fica horrorizada, mas depois, descobre-se grata, porém, decide ir
embora para continuar sua vida, deixando V desolado. Paralelamente, V faz um
acordo com Peter Creedy (Tim Pigott-Smith), o psicótico
líder dos Homens-Dedo: V irá render-se, em troca, Creedy trará Sutler até ele.
Quando
chega o dia 5, Evey e V reencontram-se, e V surpreende Evey com um presente: V
mostra a ela um metrô cheio de explosivos que ele pretendia usar para destruir
o Parlamento e libertar o povo, e deixa Evey tomar a decisão de destruir
realmente o prédio ou não. V despede-se e vai para o confronto com os
Homens-dedo e Sutler. Creedy cumpre o prometido e V se despede de Sutler, que
fica com medo ao ver V à sua frente e é morto. Em seguida, V vira-se contra
Creedy, que é morto pelo anarquista, assim como seus homens.
Mortalmente
ferido, V encontra-se com Evey e acaba por morrer, porém, feliz pois seu
objetivo seria cumprido. Evey, com a permissão de Finch, que havia descoberto
tudo, coloca V no metrô e ativa os explosivos, destruindo o Parlamento e dando
ao moribundo V um funeral nada comum. Com Sutler, Creedy e seus homens mortos e
o Parlamento destruído, o povo está livre.
Elenco:
- Natalie Portman é Evey Hammond;
- Hugo
Weaving é V;
- Stephen
Rea é o Detetive Eric Finch;
- John Hurt
é o Alto Chanceler Adam Sutler;
- Stephen Fry é Gordon Deitrich;
- Sinéad
Cusack é a Dra. Delia Surridge;
- John
Standing é o Bispo Anthony James Lilliman;
- Tim
Pigott-Smith é Peter Creedy;
- Natasha
Wightman é Valerie Page;
- Roger Allam é Lewis Prothero;
A
Abertura Solene Para o Ano de 1812 é uma obra orquestral de
Pyotr Ilyich Tchaikovsky comemorando o
fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e a subsequente
devastação do "Grande Armeé" de Napoleão. A obra é mais conhecida pela sua
sequência de tiros de canhão que é, em alguns concertos ao ar livre, executada com
canhões verdadeiros.
A
Abertura 1812 Overture foi composta para a abertura da Exposição Universal das
Artes, realizada em Moscou em 1882. Foi comissionada a Tchaikovsky pelo diretor dos Concertos
da Sociedade Imperial Russa, Nicolas Rubinstein.
A
abertura da exposição coincidiu com a consagração da nova catedral, erigida para
comemorar o fracasso da invasão de Napoleão Bonaparte à Rússia, em 1812.
Napoleão
era um general temido e o exército francês era considerado imbatível. Em 1812, a
França venceu a primeira batalha, a Batalha de Borodin. Mas os franceses foram
derrotados pelo frio rigoroso do inverno russo, que, associado a uma epidemia
de tifo, fez com que Napoleão ordenasse uma retirada desordenada e
catastrófica. O exército de 600.000 homens foi reduzido a 40.000. Os russos
consideraram que houvera ‘intervenção divina' a favor da Rússia.
Embora
não gostasse desse tipo de encomenda, Tchaikovsky a aceitou e começou a
trabalhar em uma obra que celebrasse simultaneamente os 70 anos da vitória
russa sobre Napoleão e o aniversário da coroação do Czar.
Entre
outras peças do autor, como a Marcha Eslava, a Abertura 1812 é uma obra
de caráter fortemente nacionalista, composta no ano de 1880, para a
comemoração da vitória russa sobre as tropas Napoleônicas.
A
composição se baseia num antagonismo entre a inicial vitória francesa e a
posterior revanche russa. A França é musicalmente representada pelo tema de La
Marseillaise, hino da Revolução Francesa. A posterior vitória russa no
mês seguinte, é representada por um diminueto do hino czarista Deus
Salve o Czar e é seguido pelo sonoro e clássico troar de canhões.
Assim, encerra-se a contraposição entre as duas vitórias - de início, a
francesa, representada pela La Marseillaise, e no final, pelo triunfo
russo, retratado pelo hino czarista.
A
obra contrapõe o hino da Rússia e o hino da França, com fragmentos do folclore
russos temas religiosos. A Abertura 1812 começa com um coro inspirado no hino
‘Deus ajude vosso povo’, da igreja ortodoxa russa.
Após
a Revolução dos soviéticos
e a consequente extinção do hino czarista, a obra sofreu modificações, sendo o
tema original substituído pelo coro final da ópera Ivan
Susanin, de Mikhail
Glinka, cujo nome original é "A Vida pelo Tzar", modificação
também realizada por ordem do regime soviético.
Em
sua forma completa, a peça é executada por coro, orquestra sinfônica e banda
militar com o auxílio de peças de artilharia e carrilhão. Em execuções em salas
fechadas, costuma-se substituir os canhões por tímpanos (tambores), a fim de se
obter um efeito semelhante ao do disparo das peças.
O
que une estas duas formas de arte distintas é o facto de ambas estarem
relacionadas com conflitos e um clima de opressão sobre os povos. A Abertura
1812, criada para celebrar a vitória do povo russo sobre o exército de Napoleão
Bonaparte, é também utilizada no filme V de Vingança na parte final do mesmo,
momento esse que contempla também a vitória do bem sobre o mal e a consequente
liberdade alcançada pelo povo Britânico. O facto de no essencial as histórias
terem um desfecho semelhante, levou a que a ligação entre estas duas obras
fosse coerente e bem sucedida.
Trabalho realizado por:
Patrick Monteiro
Aluno nº A66360
Sociologia da Arte - Universidade do Minho
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