domingo, 17 de junho de 2012

História do Cinema - António Oliveira

Departamento de Música

Sociologia da Arte

História do Cinema

Discente: António Fernando Rodrigues Oliveira

N.º de Aluno: A66910

Braga, Junho de 2012


Índice



Introdução_________________________________________________________ P. 3

Cinema: Uma Cultura de Massas_____________________________________ P. 4

Cinema: Como Surgiu_______________________________________________ P. 5

• Cinema Mudo________________________________________________ P. 5

• Cinema Sonoro_______________________________________________ P. 6

• Cinema em Portugal__________________________________________ P. 8

Conclusão________________________________________________________ P. 10

Webgrafia________________________________________________________ P. 11

Bibliografia______________________________________________________ P. 11


Introdução



No âmbito da unidade curricular de Sociologia da Arte apresento uma pequena reflexão sobre a história do surgimento do cinema no Mundo, na Europa e em Portugal, na primeira metade do século XX.

Falar do surgimento do cinema implica mencionar a dimensão social e política da cultura, sobretudo dos Mass Media ou, simplesmente, os Media. O cinema faz parte do fenómeno da hegemonização cultural que se começou a registar na época em questão e que acompanha o desenvolvimento do homem e da sua história até à actualidade.

Assim, proponho-me a apresentar um pequeno enquadramento sobre a importância dos Media no inicio do século XX, com destaque para o cinema e consequentemente a sua história: desde o cinema mudo até ao cinema sonoro passando pela história do cinema em Portugal.


Cinema: Uma Cultura de Massas



Etimologicamente, Media ou Mass Media é o conjunto dos meios de comunicação de massa, isto é, capazes de difusão maciça de informação por grande número de pessoas, simultaneamente, e a grande distância. A rádio, a televisão, o cinema, a grande imprensa, os discos, entre outros, constituem, hoje em dia, meios de comunicação que têm uma grande influência, porque atingem um público numeroso e variado. (Neves, P., Pinto, A., Carvalho, M., 2006, p. 100).

Esta difusão maciça de informação, também apelidada de estandardização de comportamentos, surge no inicio do século XX impulsionada por dois factores de grandes estimulo à homogeneização cultural. Em primeiro lugar a generalização do ensino dotou os cidadãos do mesmo conjunto de saberes e gostos culturais e em segundo lugar o forte incremento dos meios de comunicação de massas que moldaram a cultura do século XX. (Couto, C., Rosas, M., 2011, 156).

Como já referi, a imprensa, a rádio e o cinema são os mais importantes meios de comunicação na primeira metade do século XX. Proporcionam uma evasão cultural, transmitiam valores e padrões culturais, ligados a uma vida de sonho, quase irreal.


Cinema: Como Surgiu

O cinema surgiu pelas mãos dos irmãos Lumière, em França no ano de 1895. “(…) conceberam uma câmara facilmente transportável e uma máquina para projectar bobinas de cinetoscópio num grande ecrã.” (Neves, P., Pinto, A., Carvalho, M., 2006, p. 102). Rapidamente o cinema universaliza-se tanto pela Europa, como pela América e Ásia, tornando-se uma verdadeira indústria cultural.



Cinema Mudo – Um filme mudo é um filme que não possui trilha sonora de acompanhamento, apenas corresponde às imagens exibidas, sendo esta lacuna substituída, normalmente, por músicas executadas no momento da exibição. A ideia de combinar filmes com sons gravados é quase tão antiga como o próprio cinema, mas antes do fim dos anos 20 a maior parte dos filmes eram mudos devido à inexistência de tecnologia para tornar isso possível. Visto que os filmes mudos não podiam aproveitar o som sincronizado para os diálogos, eram introduzidas legendas no filme para clarificar as situações para os espectadores, ou para fornecer diálogo crítico. (WEB, Cinema Mudo, Wikipédia).

Charles Chaplin, a estrela mais célebre e mais conhecida do Cinema Mudo, foi o responsável pela roteirização, direcção e actuação em 90 filmes como O Garoto (1921), Em Busca do Ouro (1925) e O Circo (1928). Desde sua estréia, com o curta Carlitos Repórter, em 1913, Chaplin deu vida ao vagabundo Carlitos. O personagem compõe o exotismo da trama com o figurino de calças largas, chapéu-coco e bengala. A peculiaridade de Carlitos é o silêncio. Mesmo com a chegada do som, o singelo indivíduo não expressa uma palavra, produzindo o seu filme mais conhecido Tempos Modernos, em 1936. (WEB, Hollywood).



• Cinema Sonoro – Os anos de 1930 marcam o apogeu e maturidade do cinema sonoro. Contudo, é no ano de 1927 que o som no cinema surge pela primeira vez, com o filme The Jazz Singer. Este estilo abre uma nova dimensão à Sétima Arte, por ser mais próximo da realidade e cultiva outros géneros cinematográficos, com destaque para os musicais.

Em 1928 o filme "The Lights of New York" tornara-se o primeiro filme com som totalmente sincronizado. O Beijo, lançado em 1929 e protagonizado pela actriz sueca Greta Garbo, foi o último filme mudo e o último da história de Hollywood, com excepção de duas jóias raras de Chaplin: Luzes da Cidade e Tempos Modernos.

No final de 1929, o cinema de Hollywood já era quase totalmente falado. No resto do mundo, por razões económicas do pós 1ª Guerra Mundial, a transição do mudo para o falado foi feito mais lentamente. Contudo, neste mesmo ano, foram lançados grandes filmes sonoros como "Blackmail" de Alfred Hitchcock (o primeiro filme inglês falado), "Applause" do director Rouben Mamoulian (um musical em preto e branco) e "Chinatown Nights" de William Wellman (o mesmo director de "Uma estrela nasce" de 1937). Foi também no ano de 1929 que Hollywood criou os prémios Óscares que, serve até os dias actuais como premiação aos melhores do cinema. (WEB, História do Cinema, Wikipédia). Também Walt Disney é considerado um marco na história do cinema sonoro mundial.



Contudo, e apesar da crise económica instalada na Europa, o cinema não se restringia aos E.U.A. O cinema russo, alemão ou francês confirmaram a importância social e atractiva que conferia às sociedades, bem como o seu apogeu. Aliado a este apogeu encontramos a designação de Star System, ou seja, o cinema tornou-se uma indústria de sonhos, com vidas e posturas idealizadas que todos queriam imitar e atingir.

O cinema tornou-se, por excelência, o mais poderoso meio de divulgação de valores e padrões culturais (por isso o cinema foi a maior arma de propaganda política das ditaduras europeias no século XX). Os filmes ofereciam a imagem de um certo estilo de vida, impunham modelos e modos e, mais tarde, ideologias. .” (Neves, P., Pinto, A., Carvalho, M., 2006, p. 104). O público em geral sonhava ser como as actrizes a actores, para conseguirem o seu sucesso, a sua fama e a estabilidade económica e social que tanto ansiavam.



• Cinema em Portugal – Contrariamente ao que se possa imaginar, o desenvolvimento dos media em Portugal sucedeu ao mesmo tempo que na restante Europa e Mundo.

O pai do cinema mudo em Portugal chama-se Aurélio da Paz dos Reis e apresentou os seus filmes na cidade do Porto, em 1896 (um ano após a apresentação dos irmãos Lumière). Contudo, o cinema português não conheceu grande sucesso até ao ano de 1930. O expoente começou com a apresentação dos trabalhos cinematográficos de Leitão Barros (Maria do Mar, 1930) e Manoel de Oliveira (Douro, Faina Fluvial, 1931).

Leitão Barros foi pioneiro no cinema sonoro português com o filme A Severa, decorria o ano de 1931, embora a sonorização tenha sido feita em Paris. O primeiro sonoro feito completamente em Portugal foi A Canção de Lisboa de 1933, do realizador Cottinelli Telmo.

Outros são os filmes emblemáticos da história do cinema em Portugal:

1 – As Púpilas do Senhor Reitor, de Leitão Barros, 1935;

2- Aldeia da Roupa Branca, Chianca de Garcia, de 1938;

3- Feitiço do Império, António Lopes Ribeiro, 1940;

4 – O Pai Tirano, António Lopes Ribeiro, 1941;

5 – Aniki Bóbó, Manoel de Oliveira, 1942;

6 – O Costa do Castelo, Arthur Duarte, 1943;


A par da restante Europa, a partir de 1933 o cinema começou a ser utilizado como arma de propagando política e censurado pela poder do Estado Novo em Portugal.



Conclusão



Como foi mencionado, várias vezes, ao longo deste trabalho, o cinema é uma importante arma de propaganda ideológica, cultural e social, patente por todo o mundo.

O surgimento deste entretenimento de massas veio alterar por completo a noção de cultura vigente no Mundo do século XIX. A partir desse momento, a cultura era das massas, do povo e sinónimo de evasão cultural.

Os grandes ícones de cinema mundial começaram a ser adorados e os seus protótipos sociais imitados, fenómeno conhecido por Star System. Esta arma social que era o cinema também começou a ser utilizada como arma de propaganda ideológica, como é exemplo os filmes realizados pela ditadura nazi ou mesmo os filmes realizados em Portugal após o ano de 1933.

Pessoalmente, considero que a realização deste trabalho foi bastante gratificante porque me trouxe novos conhecimentos e uma nova visão sobre a história do cinema, que não se resume a si mesma. Ou seja, a história do cinema está envolvida numa conjuntura específica, política, económica, social e cultural do final do século XIX e inicio do século XX, quando a ciência e a tecnologia estavam em progressivo desenvolvimento e a cultura era dirigida às massas sociais.




Webgrafia

http://hollywood.weblog.com.pt/arquivo/2005/03/o_cinema_mudo.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_mudo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_cinema

http://hollywood.weblog.com.pt/arquivo/2005/03/o_filme_falado.html



Bibliografia

Couto, C., Rosas, M., (2011). O Tempo da História 1ª Parte História A 12º Ano. Porto: Porto Editora.

Neves, P., Pinto, A., Carvalho, M., (2006). Cadernos de História Tempos, Espaços e Protagonistas. Porto: Porto Editora.







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